Na década de 1960 consolidou-se um movimento antifavelas, protagonizado pelo
jornalista Carlos Lacerda, primeiro governador eleito do estado da Guanabara (1960-1965),
com a distribuição do espaço urbano, claramente balizada pelo interesse do mercado
imobiliário, direcionando a ocupação do subúrbio à indústria e às classes mais pobres,
promovendo a destruição de 27 favelas e transferindo 41.958 pessoas para outras áreas da
cidade, com a construção na época da Cidade de Deus e das vilas Kennedy, Aliança e
Esperança (Burgos, 2006; Valladares, 1978). Estes conjuntos, diante principalmente da
falta de infra-estrutura e de legalização do espaço, ao longo dos anos seguintes, se
transformaram em grandes grupos de favelas, com arruamento irregular, serviços públicos
precários e instalação de poder paralelo por traficantes de drogas e grupos policiais.